História do Trekking

TREKKING
A palavra trek tem sua origem na língua africâner. Ela passou a ser amplamente empregada no início do século XIX, pelos vortrekkers, os primeiro trabalhadores holandeses que colonizaram a África do Sul. O verbo trekken significava migrar e carregava uma conotação de sofrimento e resistência física, numa época em que a única forma de se locomover de um ponto a outro era caminhando.

Quando os britânicos invadiram a região e estabeleceram seu domínio político na África, a palavra foi absorvida pela língua inglesa e passou a designar as longas e difíceis caminhadas realizadas pelo exploradores em direção ao interior do continente, especialmente na busca de novos conhecimentos, como a nascente do rio Nilo e as neves do monte Kilimanjaro.

A seguir chegaram os aventureiros em busca de fortes emoções, normalmente encontradas em regiões distantes e de difícil acesso, só atingidas após longas caminhadas em terrenos acidentados. Eram os novos trekkers.

Atualmente utilizamos a palavra também em português, significando caminhadas em trilhas naturais em busca de lugares interessantes para se conhecer. Possibilitando um maior contato
trekking

com a natureza, o trekking passou a ser a atividade esportiva que mais cresce no mundo em número de adeptos. Outra expressão em inglês, muito utilizada no exterior mas ainda quase desconhecida no Brasil, para significar a mesma coisa, é hike (marcha) e hiker (andarilho).
O trekking é uma atividade física, aeróbica, com marcada presença no conjunto muscular das pernas e quadril. A palavra trekking nos remete a caminhar, trilhar, andar. A mais remota e conhecida forma de deslocamento desde que o homem ascendeu à qualidade de bípede. É uma caminhada rústica com orientação, onde o praticante entra em contato direto com a natureza e seus obstáculos, tais como florestas, montanhas, cerrados e rios que devem ser transpostos, sempre se orientando por meio de bússola ou GPS (equipamento de orientação por satélite) proporcionando uma grande aventura, além de ótimos exercícios. Para isso é necessário preparo físico, equipamentos de orientação, caminhada e primeiros socorros, além de muita disposição.

A caminhada em si não faz sentido, a não ser que esteja acompanhada de alguma motivação, seja ela física ou psíquica. Podemos ir mais longe e dizer que o ato de caminhar também pode transcender estas questões e ser uma forma de relaxamento, prazer, convívio com a natureza ou consigo mesmo.

Sendo uma atividade que pode ser praticada por qualquer pessoa em qualquer idade (salvo feito àqueles que estão há muito tempo sedentários), o trekking é muito acessível do ponto de vista financeiro e muito seguro ao nível físico.

Em qualquer lugar pode se praticar o trekking. Há belíssimos locais para a prática no Brasil, de norte a sul e de leste a oeste, é uma atividade que poderá ser praticada em qualquer época do ano sem a utilização de muitos acessórios.


caminhada
Quem pode praticar

Com disposição, qualquer um pode aderir às caminhadas, que, além de baratas, não requerem equipamentos especiais. Entretanto, desbravar lugares selvagens, cruzando florestas, rios, montanhas e dunas de areia, exige planejamento e, muitas vezes, a companhia de guias experientes e equipamentos adequados.

Os riscos do trekking são imprevisíveis. Existe risco de se perder numa trilha, por isso é sempre bom ir bem acompanhado com alguém que já a tenha feito.

Um bom condicionamento físico é importante para aguentar longas caminhadas, mas caso não esteja em plena forma física você pode começar a fazer pequenas caminhadas em parques, praias e bosques para começar a pegar ritmo. Aos poucos vá aumentando as passadas e o tempo dos passeios. Em poucas semanas você estará pronto para aguentar trilhas de médio porte. Não existe idade mínima para iniciar a fazer caminhadas. O trekking pode ser praticado por qualquer pessoa de qualquer idade, desde que seu limite físico seja sempre respeitado.

Caminhada é a forma mais básica de se aventurar por aí. Mesmo quem se dedica a esportes mais complexos - escalada, canyoning, mountain bike - passa antes pela caminhada ou se

beneficia da experiência adquirida nas trilhas. Caminhar em trilha ou na cidade é arte que exige ritmo, passada regular e equilíbrio para conservar energia e poder ir longe. O ideal é que o movimento se torne seguro e fluido, para que se possa prestar atenção à paisagem.
Níveis de dificuldade do trekking

- Leve - é o trekking básico, consistindo em caminhada por trilhas já demarcadas e por um trecho pequeno. É indicado para iniciantes com pouco preparo físico. Neste tipo de trekking prevalece os terrenos mais planos e a duração da caminhada, em geral, não dura mais que 1 hora. Poderá ser realizado com um bom par de tênis ou botas de trekking leve. Um abrigo confortável para os momentos mais frios, ou bermudas e afins para os mais quentes. Um boné e uma mochila pequena ( 25 L ) seriam mais que suficientes. Não esqueça o protetor solar e o repelente de insetos além da máquina fotográfica, um cantil com água, kit de 1ºs socorros (gaze, merthiolate, água oxi-genada, algodão, band-aid, um anti-ácido e analgésicos).
- Médio - neste tipo de trekking um pouco mais de preparo e alguns acessórios a mais são necessários. Indicado para iniciantes e amadores com bom preparo físico. Neste tipo a caminhada é realizada em terrenos com variação de altitude um pouco maior e com duração média de 2 horas. O equipamento é basicamente o mesmo do tipo leve. Acrescente a sua mochila uma roupa extra (meias, bermudas, abrigo p/chuva), mais água e alguns alimentos leves. Caso decida fazer um almoço mais elaborado talvez deva pensar em fogareiro e um kit de panelas.
hiking

Tenha mais cuidado com os roteiros. Faça-os com cuidado e preste atenção em caminhos que você trilhar. Dê preferência a saídas em grupo. Neste tipo de trekking, como as distâncias são maiores, a necessidade de hidratação também, pôr isso leve bastante água. Opte por uma bota de caminhada já bem amaciada.
- Pesado - nesta categoria as coisas se complicam, pois abrange desde as caminhadas com duração superior a 3 horas com uma variação de altitude muito alta até as expedições que levam dias para serem completadas. As distâncias são muito maiores e a sua autonomia deverá ser total com relação à segurança, alimentação e subsistência. Nesta categoria se encaixam as caminhadas realizadas em serras e montanhas. Indicada somente para quem tem bom condicionamento físico e bons conhecimentos de navegação e sobrevivência. Opte por uma mochila maior, de acordo com a duração da caminhada (mochila média ou cargueira), acrescentando mais roupas (talvez 2 trocas inteiras, material de higiene, calçado extra), material para cozinha, lanternas, fogareiro, barraca, saco de dormir, uma bússola, canivete, boa faca de mato e muita água. Neste caso os perigos ficam pôr conta de acidentes leves, desidratação e muito raramente animais. Como você estará longe de grandes centros os cuidados serão redobrados. O calçado deve ser bem amaciado e fortalecido, apropriado para longas caminhadas.


caminhada ecologica
Como começar no trekking

Muitos vêem se interessando em iniciar na prática do trekking. Por mais simples que pareça, porém, este esporte demanda tempo para aprendizado. Por isso, estar atento e disposto a aprender é fundamental.

Uma das maneiras de se iniciar na prática do esporte é fazendo sua primeira trilha com uma agência especializada neste tipo de atividade. Apesar do custo, é a maneira mais correta e segura de você sentir o seu ritmo, suas necessidades e as dificuldades de uma trilha. Mesmo contando com o auxílio dos guias, procure prestar atenção no caminho e nas soluções dadas aos problemas que surgirem. Essas informações serão muito úteis quando você for fazer uma trilha apenas com seus amigos.

Depois deste primeiro passo, procure fazer novamente a mesma trilha, acompanhado de um guia local. Busque o máximo possível de informações sobre o lugar, o tamanho da trilha, as dificuldades, etc. Lembre-se de que você está começando e deve, por isso mesmo, escolher um passeio já conhecido, para que possa se planejar melhor e executá-lo sem problemas.

Outra dica é encontrar pessoas como você, que gostam de aventura e estão aprendendo com ela e sobre ela.


É importante que, desde a primeira trilha, você entenda a importância de planejar. Veja quais serão as suas necessidades, faça uma lista dos equipamentos necessários, escolha um tênis ou bota confortáveis, a alimentação que será utilizada. Quando planeja, o trekker já está iniciando a aventura.

A regra fundamental de segurança no trekking é: nunca vá sozinho fazer uma trilha. O número mínimo ideal de pessoas em um grupo é de três pessoas. Desta forma, você terá quem ajudá-lo e quem possa procurar ajuda caso encontre algum problema no meio da trilha.

Outro quesito importante para evitar que um passeio tenha um final pouco agradável é a humildade. Entenda os seus limites, vá com calma e não tente mostrar aos outros que pode fazer isso ou aquilo. Apenas perceba se pode e, se encontrar dificuldades, saiba pedir ajuda.

Sempre pratique o trekking em grupo, considerando os eventos inesperados do tempo, cuidando do caminho que está fazendo, aceitando a boa hospitalidade das pessoas e sempre pedindo autorização se pretender cruzar algum campo cercado. Nunca se meta em situações onde a solução dependerá de outros ou de ajuda distante. Respeite a flora e a fauna.
Tomando todos esses cuidados, você poderá começar a aproveitar os desafios e belezas das trilhas e ser bem vindo ao mundo do trekking!
trilha


Equipamentos
A escolha da roupa e calçado é, em grande parte, determinada pelo clima e pelo tipo de terreno pelos quais estará praticando. É essencial conversar com pessoas experientes. Compre calçados, principalmente botas, alguns meses antes de praticar o trekking. Antes de partir, amacie todos os seus sapatos para evitar bolhas. Se o tempo for curto, encharque botas de couro e use-as molhadas, até secarem, mas nunca faça isso na trilha. Quando estiver caminhando, inspecione seus pés várias vezes ao dia, cuidando de qualquer desconforto antes que ele se transforme em um sério problema.

Ao escolher sapatos, leve em conta o terreno, a estação do ano e o peso que vai carregar. Botas de trabalho pesado são adequadas para a maioria das atividades. Botas totalmente impermeáveis, são desconfortáveis: fazem com que os pés se superaqueçam e suem. Polainas e botas de caminhar com línguas embutidas são melhores. D evem ser leves, feitas de material que deixe o pé respirar e dissipar calor e com solado resistente e grosso para isolá-lo do chão quente.
Tênis leves não devem ser usados quando se carrega peso. Tênis são confortáveis mas não oferecem tanta proteção aos pés quanto botas de caminhada. Usar tênis constantemente pode amaciar os pés e torná-los suscetíveis a lesões.


tenis
Tenis para caminhadas leves

bota
Bota para caminhada
Botas de tecido - são adequadas para passeios curtos em terrenos não muito difíceis. Protegem menos os pés do que botas de couro, mas secam rapidamente quando encharcam. Calçar botas de pano depois de uma caminhada com botas mais pesadas deixa os pés se recuperarem do esforço.

Botas plásticas � são adequadas para neve. Têm muito isolamento. Desenhadas para manter o pé rígido enquanto se utilizam crampons, elas podem ser desajeitadas para caminhar. Dentro do resistente revestimento plástico há botas térmicas independentes que isolam os pés das superfícies geladas. Você pode usar essas botas internas dentro da sua barraca.

Botas de deserto - com sola resistente e parte superior de camurça leve, deixam os pés respirar enquanto mantêm a areia quente do lado de fora. As laterais altas protegem os tornozelos de arbustos espinhosos e dão algum suporte. As botas demoram a secar se forem encharcadas.

Botas de selva - feitas para locais molhados, têm sola de borracha e parte superior de lona de secagem rápida. Orifícios no peito do pé permitem que a água espirre pra fora quando a bota se molhar.

Botas de caminhada - são um meio-termo entre peso, durabilidade e proteção. Têm solas fortes com travas e corpo de couro resistente e impermeável. Há suporte acolchoado nos tornozelos.
Ao limpar suas botas:

1. Remova cadarços e palmilhas e lave toda a lama. A turfa, em especial, contém ácido que estraga o couro.

2. Deixe as botas secarem completamente, mantendo-as longe do calor direto, que pode rachar o couro.

3. Impermeabilize as botas secas, esfregando o produto adequado com os dedos. Sempre guarde as suas botas em um local fresco.

A maioria dos tipos de calçado se beneficia do tratamento impermeabilizante. Botas de couro devem ser impermeabilizadas gradual e repetidamente como parte do processo de amaciamento. Produtos à base de cera são excelentes, embora o silicone seja mais eficiente para evitar que o couro se rache no frio extremo.


A roupa ideal
Os melhores tecidos isolam do frio e permitem que o seu corpo transpire e se livre da umidade excessiva. Roupas folgadas também ajudam a evitar superaquecimento e suor demais, além de proporcionar liberdade de movimento. Algumas fibras não isolam tão bem quando estão molhadas e exigem uma camada impermeável extra.

Em climas temperados, a roupa de baixo pode ser de algodão. Roupas de baixo térmicas, como ceroulas, só costumam ser necessárias em temperaturas abaixo de zero, a não ser que você passe longos períodos de inatividade.
As calças devem proporcionar liberdade de movimento e ser feitas de tecido que seque rapidamente. Em climas muito molhados, suspensórios evitam que cintos irritem a pele da cintura. "Sobrecalças" impermeáveis podem ser usadas para proteger as pernas de chuvas horizontais, mas calças feitas desse tipo podem deixá-lo superaquecido. Para conferir proteção adicional em climas gelados, "sobrecalças" acolchoadas devem ser vestidas sobre as calças e botas, especialmente quando você descansar após atividade prolongada. Calças com diversos bolsos são muito úteis para guardar itens como mapas e bússola, mantendo as mãos livres e eliminando a necessidade de carregar uma jaqueta durante o dia. Use calças impermeáveis somente em chuva forte porque elas provocam transpiração. Polainas são um ótimo substituto para andar na grama molhada.

Para combater o calor u se roupas leves e folgadas em climas quentes. Cores claras refletem o calor e ajudam a mantê-lo confortável, embora geralmente não protejam a pele tão bem da prejudicial radiação ultravioleta quanto cores escuras. É agradável vestir bermudas e camisas de manga curta em climas amenos e dias nublados, mas em outras condições elas podem expor braços e pernas à grande quantidade de radiação ultravioleta.

Um chapéu de aba larga protege a cabeça e o pescoço do sol. Em climas frios, úmidos ou sob vento, o chapéu evita a perda de até metade do calor corpóreo, por convecção pela cabeça. Há chapéus com extensões que conservam o pescoço aquecido, isolando a parte de trás e as laterais da cabeça também.


A mochila
O primeiro fator a ser observado na escolha de uma mochila ideal é o limite máximo de peso que você pode levar. Este limite é de um terço do seu peso corporal ideal, o que varia com sua altura e seu tipo de estrutura física. É importante encontrar um limite que seja confortável e seguro que também depende do quanto você está em forma, de seu vigor físico (o que varia com a idade) e da sua habilidade motora.

Existem mochilas de ataque e cargueiras. Os tamanhos das mochilas são dados pelo volume que elas comportam, em litros. Uma mochila de 25 litros (de ataque) é pequena, e é utilizada para passeios bem curtos. Uma mochila de 90 litros (cargueira) já é bem grande, comportando uma grande quantidade de objetos.

Uma boa mochila cargueira não deve, quando completamente cheia, ultrapassar a largura dos seus ombros, ou ela irá enroscar em todos os ramos que encontrar pelo caminho. Isto significa uma mochila na forma geral de um saco cilíndrico com uma "tampa" em cima. Como não deve ser muito larga, o topo da mochila pode ultrapassar a altura de sua cabeça, o que não é problemático. Basta você sempre se lembrar que ficou mais "alto".

Também devido à forma de saco, a boa mochila deve ter uma segunda possibilidade de acesso a suas entranhas (zíper, perto da base). Já pensou se você precisar de pegar correndo a capa de chuva que, por engano, você pôs lá no fundão?

Uma boa mochila deve ter a menor quantidade de zíperes possível. Também deve ter fitas, perpendiculares aos zíperes, que retirem o esforço daqueles fechos. Deve ter algumas, poucas, outras fitas para prender equipamento externamente. Finalmente, deve ter umas duas bolsas laterais externas para você por as suas garrafas d'água, biscoitos, etc. Também é importante que o bolso da tampa (ou capacete ou capuz) superior seja voltado para sua nuca, o que facilita o acesso, enquanto você anda.

A escolha de uma mochila depende do uso que ela vai ter. De qualquer forma, uma boa medida para uma mochila de ataque é perto dos 35/40 litros.

Se você está planejando uma caminhada até um acampamento-base de onde partirão passeios menores, isto significa que a mochila de ataque vai ser, inicialmente, levada dentro da cargueira. Portanto, você precisa de uma mochilinha bem flexível, feita em material fino (algo semelhante a nylon).

Já se você pretende fazer uma caminhada, sem pernoite, mas, que irá durar por todo o dia, uma mochila de material mais resistente, e menos flexível, será necessária. Pense em algo até 55 litros.

Seja lá qual for, a mochila deve ter as alças acolchoadas com material não muito macio. E este acolchoamento deve ser bem largo, de modo a distribuir bem o peso, diminuindo a pressão. Desde que ela não ultrapasse a largura de seus ombros, quando completamente cheia, ela pode ter bolsos por todos os lados e fitas para transporte externo.
mochila pequenamochila ataque
Mochilas de ataque de 25 L

mochila mochila media
Mochilas médias de 45 L

mochila cargueiracargueira
Mochilas cargueiras de 85 L


A distribuição do peso na mochila influencia diretamente o conforto e o desempenho do usuário. A distribuição dos equipamentos na mochila muda de acordo com a atividade a ser praticada, não sendo preciso levar o "mundo nas costas":
- Caminhadas leves (terrenos suaves e descampados) - coloque o material pesado o mais alto possível e perto das costas., de forma a manter o centro de gravidade da carga na altura dos ombros.
- Caminhadas médias (terrenos acidentados e trilhas em mata e escaladas) - em situações que exigem passos altos, pulos, agachamentos e balanços laterais, o centro de gravidade deve ser baixado para a altura do meio das costas e próximo à mesma. Uma mochila grande, com centro de gravidade alto, pode derrubar seu dono durante um agachamento. A colocação do material mais pesado no lugar certo também facilita a operação de colocar e tirar a mochila sem ajuda.

- Caminhadas difíceis (terreno muito acidentado e mata fechada e grandes cargas) - em expedições pela mata atlântica ou aproximações de grandes montanhas, pode-se colocar o equipamento pesado no fundo da mochila, o que permite maior liberdade de movimentos e, conseqüentemente, menor desgaste físico durante a jornada.

Para acomodar as roupas dentro da mochila, há os que prefiram fazer um "rocambole" das peças, outros enfatizam que dobrar é a melhor opção. Aconselhamos que faça um teste, com ambas as opções. Também é recomendado embalar em sacos plásticos as peças que levar, principalmente as pequenas como meias, cuecas, calcinhas etc.

As presilhas externas da mochila servem para que você pendure lanterna, panela, isolante térmico, barraca e sleep (protegido da água). Nos bolsos devem ficar as coisas que deseja ter sempre à mão: cantil, canivete, câmera fotográfica (dependendo do tamanho), capa de chuva, etc.


mochila hidratação
Mochila de hidratação
bastão
Bastão de caminhada

Mochilas de hidratação

Feitas inicialmente para ajudar na hidratação dos bikers, as mochilas de hidratação estão presentes hoje em outras atividades, como as corridas de aventura. São feitas de tecido especial (impermeável e térmico - conserva a temperatura dos líquidos quentes ou frios) e seu reservatório é feito em polyurethano (plástico ultra resistente).

Podem ser utilizadas em caminhadas leves de curta duração, com capacidade de armazenamento de 1 a 2 L de água. Foram desenvolvidos acessórios para a manutenção dessas mochilas (kits de limpeza, escovinhas próprias para a limpar o reservatório e o tubo por onde a água é sugada e secador do reservatório próprio para escorrer a água do reservatório após o uso).
Bastão de caminhada, também conhecido com stake, é um ótimo recurso e utilizado principalmente nas descidas, quando boa parte do peso do corpo e da mochila recai sobre os tornozelos e joelhos. Pode ser feito de um tronco fino e firmeou comprado em lojas especializadas. É especialmente recomendável nas seguintes situações: trekkers com idade avançada; corpo com excesso de peso; trekkers com problemas nas juntas ou na espinha; quando se está carregando mochilas muito pesadas; quando caminhando em encostas nevadas ou úmidas; em caminhadas com pouca visibilidade. O bastão não deve ser utilizado indistintamente, fazendo disto uma regra, especialmente por crianças e jovens, pois o uso contínuo do bastão de caminhada faz a pessoa diminuir suas habilidades de coordenação motora.


Entre os diversos equipamentos que você pode levar numa caminhada, relacionamos alguns que consideramos importantes e que cabem numa pequena mochila, não fazem muito peso e podem livrá-lo de situações difíceis. Aí vão eles:

Canivete � um canivete multiuso pode ajudar a abrir latas, descascar lenha e mais mil e uma outras pequenas tarefas.

Apito - quando tudo o mais falhar e você tiver de parar e chamar por socorro, um apito é bem mais estridente que gritos, além de poupar sua energia.

Cantil - água e calor são duas prioridades em caso de emergência. Manter-se aquecido e hidratado é tudo no que você precisa pensar. Portanto, não esqueça de ter consigo um cantil (de no mínimo 1 L ) e enchê-lo sempre que houver oportunidade.

Estojo de Primeiros Socorros - um estojo individual deve servir para as necessidades mais comuns: cortes, escoriações, bolhas e pequenos mal-estares da trilha - diarréia, cólica, febre e dores. Alguns itens básicos são suficientes. E, o mais importante de tudo, é saber usá-los. Faça um curso de primeiros socorros.

Lanterna - deve ser leve e compacta. Tenha sempre pilhas extras (de preferência alcalinas) e uma lâmpada sobressalente na mochila.

Bússola - a bússola transparente é a ideal. Colocada sobre o mapa da região e ajustada conforme pontos notáveis (montanhas, estradas) ela indica a direção a seguir.

Isqueiro ou fósforo - isqueiros descartáveis são os mais práticos. E para conseguir acender um fogo em condições adversas é bom contar também com uns tocos de vela e até mesmo um frasquinho de álcool ou benzina.

Roupa extra - uma muda de roupa seca, um agasalho e uma capa impermeável (ou ao menos um plástico grande para se cobrir e se refugiar da chuva e do vento, que roubam calor e podem levar à hipotermia) podem salvar sua vida.

Mapa - mapas topográficos, que mostram as curvas de nível do terreno, são ideais para orientação. Eles mostram as elevações e vales, além de fazendas, estradas e rios.

Telefone celular - parece besteira mas é muito útil nas horas difíceis. E principalmente nos dias de hoje.

GPS
Máquina fotográfica
Comida extra - em situações de sobrevivência, o lanche do dia pode ter de ser esticado para um jantar e mais o café do dia seguinte, enquanto a trilha perdida é reencontrada ou se espera por socorro. Daí a importância de se carregar uma barra de cereais, um pacote fechado de frutas secas ou uma lata de atum, algo que não faça parte do lanche normal e ao qual ninguém se lembre de recorrer - a não ser numa emergência.

Saco de lixo � para acondicionar o lixo produzido e ajudar a recolher o lixo porventura encontrado na natureza.
canivetecantil
Canivete Cantil
apitobussola
Apito Bússola
gps
GPS
lanternasos
Lanterna Kit SOS
foto
Máquina fotográfica


caminho
botina
Dicas para trekking
Conheça bem o percurso, se for primeira vez que faz a caminhada procure alguém que já a fez ou até mesmo contrate um guia, é mais seguro. Antes de partir avise parentes e amigos sobre o horário e o local de saída, o percurso e a previsão de chagada.

Tenha sempre em mente que durante um trekking você e seu grupo estarão sozinhos. Seja auto-suficente, não dependa de ninguém.

Acidentes com animais não são comuns mas podem acontecer. Conheça na região locais onde podem ser socorridos os integrantes de seu grupo.

A mochila que o integrantes levam não é mero acessório de beleza. Tenha sempre alimentação, roupas secas, uma lanterna e uma barraca pequena que poderá ajudar muito em caso de um pernoite forçado no meio da trilha.

Roupas folgadas e confortáveis são eficientes e ajudam no desempenho.

Nunca utilize um calçado novo na caminhada. Se necessário use-os antes de caminhar. Uma bolha no pé pode retardar sua caminhada ou mesmo inviabilizá-la.

Tenha sempre em mente que a qualquer momento do percurso poderá haver a necessidade de retorno. Se choveu demais na

cabeceira de um rio a travessia poderá ser perigosa para o grupo. Retorne ao ponto inicial, é mais seguro.

Calcule o tempo da caminhada. Comece cedo, assim com a luz do dia poderá terminar o percurso sem problemas.

Se sua caminhada é noturna leve equipamentos para sua segurança: lanternas, pilhas sobressalentes, alimentação quente e roupas adequadas para o frio.

Lembre-se de um detalhe importante, no grupo as pessoas caminham com velocidades diferentes. Não estabeleça parâmetros de competição entre os integrantes. Tente mantê-los unidos, com uma velocidade de caminhada média.
Não encare nenhuma trilha sozinho.
Evite o contato com insetos.
Não beba a água dos rios.
Marque o sentido de deslocamento na trilha.
Evite caminhos secundários.
Acondicione em material impermeável todos os itens da mochila.
Leve comida suficiente para o dobro do tempo previsto.

Se anoitecer, arme a barraca perto de cursos de água, mas em locais livres de inundações. Se for preciso, procure abrigo em grutas e certifique-se de que não haja animais no local.

Em caso de emergência, mantenha a calma. Tente identificar a direção da trilha principal. Defina um rumo e siga-o atentamente. Racione água e comida. O grupo jamais deve se separar.
Alongue o comprimento da passada - 3 passadas longas consomem menos energia do que 4 ou 5 passadas curtas.

Na subida, é o pé de trás fixo que serve de apoio, evitando assim quedas.

Em campos e planícies, onde houver gado pastando, toda a água é suspeita e deve ser tratada. Um riacho largo ou fundo o suficiente para um banho já não pode ser considerado potável. Mesmo a água com sinais de ser pura e cristalina deve ser inspecionada. A água que nasce das matas, bosques ou pequenas capoeiras acima das pastagens geralmente pode ser bebida sem receio. Nas trilhas e montanhas mais altas, a maior parte dos cursos d'água ainda não foi contaminada. Para tratar a água e torná-la potável, o mais comum é fervê-la ou usar compostos clorados, encontrados em qualquer farmácia.

Quando você entra em uma trilha na floresta, deve estar consciente que só o fato daquela trilha estar marcada na mata já caracteriza um impacto no ecossistema. Uma trilha pode causar deslizamentos, que por sua vez causam um sem número de desastres. Por isso lembre-se:
Nunca use atalhos. Os zigue-zagues protegem o terreno na hora das chuvas fortes.

Se puder obstrua os atalhos já feitos com galhos de árvores soltos, espinhos e mato.

Não deixe seu lixo na Mata. Além ser uma atitude porca, é CRIME ambiental.

Se puder traga um pouco de lixo que porventura encontrar.

Não urine ou defeque no raio de 100 metros de rios ou vales.

Não moleste a fauna ou capture plantas. Os animais da Mata Atlântica, geralmente são ameaçados de extinção.

Não grite nas grutas ou mesmo na mata. Sua presença na floresta deve ser o mais discreta possível.

Não modifique o traçado de trilhas e NUNCA faça atalhos. Não aumente os platôs nas bases das escaladas.

Proteja a vegetação das rochas e não perturbe aves ou outros animais.

Mais informações: Portal do Terkking